quinta-feira, 15 de abril de 2010

LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE

A Republica adoptando a tradicional divisa : Liberdade, Igualdade, Fraternidade, quis exprimir dois dos direitos essenciais do homem, a par de um dos mais nobres deveres sociais. A Liberdade, é de facto, o direito que cada um tem de se disciplinar, para não ser disciplinado pelos outros. Pode também ser, o direito de cada um fazer, como entende, aquilo que deve e não aquilo que quer. A Igualdade é também um direito. Aquele que cada um tem que exigir, o mesmo tratamento que qualquer outro, qualquer que seja a diferença social que os distinga. Devia ser assim. Igualdade absoluta é uma utopia, não existe, não poderá nunca existir. Seja entre indivíduos da mesma colectividade, família ou corporação. Só poderá existir perante a lei. Todas as pessoas nascem iguais. Esta é a Igualdade exigida pelos homens, como um dos seus direitos constitucionais. A par dos direitos, que cabem a todos os indivíduos, existe um dever que todos deveriam cumprir: Fraternidade. A Fraternidade é o dever que todos nós temos de nos estimarmos, mostrarmos amabilidade, bondade. Podemos resumir pensando no que tantas vezes dizemos "Faz aos outros o que gostarias que te fizessem". Manifestações de Fraternidade como a cortesia ou delicadeza, que consiste em procurar todos os meios de ser agradável aos que nos rodeiam, quer por acções, quer por palavras. Indulgência, desculpar os erros dos outros, desde que não sejam praticadas por pessoas más e perversas por natureza, mostrar-lhes que procederam mal, aconselhar para que não repitam a falta cometida. Caridade, socorrendo os infelizes, quer seja por palavras de incitamento, de animação ou conforto, ou até mesmo economicamente ou mantimentos, conforme as necessidades do socorrido. A dedicação, que pode ir até ao sacrifício da própria vida, e que se revela de variadíssimas formas, como, salvação de náufragos, socorro em caso de incêndio, transfusão de sangue, todas aquelas eventualidades em que o individuo antepõe todas as suas comodidades a felicidade do seu semelhante. Se se cumprisse com tudo isto o Mundo seria deveras melhor, sem guerras, onde todos gostaríamos de viver. Claro que tudo isto é utopia. Basta haver duas cabeças, para os pensamentos e as acções serem diferentes. Mas isto é apregoado por grande parte dos políticos e aceite por todas as pessoas. Cumprir ..........já não é bem assim. Até há um chavão que se diz muito por aqui: "De boas intenções está o inferno cheio". Tudo isto a propósito da quaresma e da Páscoa. Toda a gente quer praticar boas acções.........mas quase todos se ficam pelas intenções. Quando éramos colonialistas, tínhamos um império, não compreendíamos os colonizados, mas queríamos ocidentalizá-los, como se isso fosse possível. Cada povo tem seus usos, costumes e culturas. Para citar só um exemplo, temos o caso da Guiné. De quando em vez o comandante militar acorda mal disposto ........e aí vai mais um golpe de Estado. Agora já não poderemos ser acusados, deste tipo de guerra, deste tipo de atitudes. Devemos ficar indiferentes? Devemos tentar ajudar? Como? Indo fazer comissões a ganhar alguns milhares de euros? Como no Kosovo? Em que ficamos? Colonialista opressor, ou sem colónias mas interesseiros, materialistas? Ajudamos desde que nos paguem bem! Outro exemplo? Timor. Ajudamos economicamente os timorenses, que agora ajudaram a Madeira, economicamente! Não foi muito, mas mandaram para lá dinheiro. Atitude de louvar, claro. Então depois de termos abandonado Timor à sua sorte, de termos fugido de Timor, de termos tentado apagar essa fuga, ajudando os timorenses com dinheiro, estando ainda os timorenses a necessitar de serem ajudados mesmo economicamente...ajudam eles a Madeira com dinheiro, com boa vontade. Será uma lição que o povo de Timor nos quer dar? Enquanto os abandonamos eles agora ajudam-nos. Estão solidários com os madeirenses se calhar por pensarem que também são um povo colonizado! Porque se me vão dizer que a madeira foi descoberta sendo uma ilha deserta.....Cabo Verde também era.

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