sábado, 1 de outubro de 2011

DESABAFO

Não percebo este pessoal. Cada vez entendo menos as pessoas que nos vão (des)governando. Ouvi num noticiário que um empresário tinha pedido aos seus trabalhadores para adiarem as férias uma semana, porque tinham um trabalho entre mãos e que era necessário acabá-lo e entregá-lo. Esta empresa fechava um mês inteiro ( Agosto ou Setembro), para férias do pessoal. Todos os trabalhadores aceitaram o pedido da entidade patronal, adiaram as suas férias e acabaram o trabalho, mesmo com ordenados em atraso e subsidio de férias por receber. Acabaram o merecido descanso e preparavam-se para voltar ao trabalho, quando foram surpreendidos com a empresa fechada. Não, não estava fechada para férias. Tinha mesmo encerrado. Souberam os trabalhadores que a entidade patronal tinha entregue no tribunal um pedido de insolvência. Entidade patronal...nem vê-la. Nem apareceram aos trabalhadores, nem lhes entregaram carta nenhuma para o fundo de desemprego...nada. Trabalhadores tratados como "klinex". Depois de usados atiram-se fora. Isto vem sendo quase norma num País que é o Meu, que eu gosto, que quando me chamaram para o defender eu disse SIM! Nem toda a gente pode dizer o mesmo. Muitos poderão e tal como eu estão a ser mal tratados.

Por outro lado ouvi uma senhora, que teve direito a entrevista na TV e tudo, dizer que o pessoal não queria trabalhar, pois ela, na sua empresa estava a rejeitar encomendas por falta de mão de obra. Bonito, numa primeira vista, esta senhora, empresária de sucesso, criadora de postos de trabalho, etc.,etc.,  que alegava que tinha pedido trabalhadoras ao Inst. do Emprego, (tratava-se de uma empresa de têxteis), dizia que não tinha trabalhadoras, que ninguém queria trabalhar, que parecia impossível, que com a falta de trabalho que por aí vai..... Pois bem, aparentemente a senhora até poderia ter razão, chamando de calões àqueles (as) que rejeitaram a oferta de trabalho...só que se esqueceu de dizer que pedia operárias especializadas. Pedia operárias especializadas, que eventualmente estariam no desemprego, que, por serem especializadas, coisa que se adquire com cursos de formação, com muitos anos de experiência, como ia dizendo, estavam no fundo de desemprego com um subsídio , que sendo pequeno, estava de acordo com a especialização e um pouco acima do ordenado mínimo. A uma pergunta da jornalista de TV, a quanto a senhora empresária, estaria disposta a pagar de salários às operárias especializadas, foi dito com toda a tranquilidade que seria o ordenado minímo e mais subsídio de alimentação.  Esqueceu-se, esta mesma senhora empresária, de dizer que estava na disposição de explorar os trabalhadores que ela pretendia especializados. Esqueceu-se ainda de dizer qual era a sua especialização,que deduzo pela entrevista, seria especializada em exploração de mão de obra qualificada. É isto que vamos tendo num País que é meu, que sempre que de mim precisou ou precisar disse e direi “ aqui estou”.  Quanto mais não seja para fazer valer direitos que estamos a perder e fazer com que pessoas como esta senhora empresária pensem naquilo que dizem. È por isto que digo que não entendo, não percebo este pessoal que arriscou uma revolução ( que até correu bem ), para acabar com exploradores e explorados, que tentou que todos fossem mais iguais ( que lírico que estou a ser), que queriam um futuro melhor.....só não sei para quem!!!!!

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