sexta-feira, 28 de maio de 2010

VERÃO


A época balnear está aí à porta. Mesmo antes de começar já temos afogados. Uns por descuido, outros quase por incúria. O mal está em que há pessoas que põem a vida de outros em perigo. Os concessionários das zonas balneares bem avisam os que, além de porem a sua vida em risco põem a dos outros. Pessoas que encostam chapéus de sol, nas arribas, mesmo estando lá o aviso de perigo. O mais curioso é que há bebés, junto de adultos, que pelo facto de estarem á sombra se julgam protegidos e julgam proteger os inocentes. Por mais que sejam avisados o pensamento destas pessoas vai sempre para " só acontece aos outros " , até acontecer a eles próprios. Vem este palavreado a propósito da fotografia desta história. A fotografia foi tirada numa praia que esta semana se falou que tinha desabado parte de uma arriba. Penso que problemas destes, não se resolvem com avisos, mais ou menos esclarecedores, postos em lugares bem visíveis. Problemas destes resolvem-se com medidas, se calhar anti-populares, como multas ou mesmo proibição de frequentarem praias, enquanto não tomarem consciência de que estão a pôr, tantos elas próprias como as outras em perigo. Há praias onde o perigo não é tão eminente, têm nadadores salvadores, e o concessionário daquele espaço, não pode ter resguardos para o Sol e tem que pagar aos nadadores salvadores, dar-lhes almoço e por aí afora e quando não cumprem exactamente com o que está estipulado, como por exemplo, fornecer uma cobertura para o Sol, vem a policia marítima e multa o concessionário. Correcto. Se não tem autorização para fornecer os resguardos, só tem que cumprir, mas por outro lado permite-se que se ponham chapéus de sol, encostados a arribas em perigo eminente de derrocada, sem a aparição da policia marítima, sem a mais pequena coima, quase como uma autorização encapotada. Entre um caso e outro, não havendo comparação, há pelo menos a obrigação moral de quem de direito zelar por ambos os casos. Este fim de semana houve três mortes por afogamento um desaparecimento e o caso de uma criança ferida. Casos que aconteceram na Caparica como poderiam ter acontecido em qualquer outro lado, basta haver pessoas como as que esta fotografia revela. As Câmaras ou quaisquer outras entidades governamentais, deveriam assegurar a frequência das praias durante todo o ano, acabar com a obrigação de serem os concessionários a suportar todos os encargos. Mas como será isto possível se quando há um acidente numa praia os socorros não são lestos, porque não podem ser. Há praias em que as viaturas dos socorristas ficam a mais de 300 metros do local da ocorrência , os socorristas têm que correr praia fora, quando chegam ao local onde ocorreu o acidente, muitas vezes estão em pior estado que o acidentado. É este estado de coisas que se tem que mudar. Normalmente nestas situações as culpas são atiradas de entidade para entidade e nenhuma tem verdadeiramente culpa. O Estado pode tirar algum dinheiro à construção de pontes sobre o Tejo, ao TGV, ao aeroporto e a tantas outras obras que não são prioritárias e dar segurança àqueles que por dificuldades económicas, não podem passar as suas férias no estrangeiro, mas podem ir à praia cá dentro, desde que tenham condições. Penso que é uma situação que se resolveria com poucos gastos e sempre haveria uns quantos desempregados a menos. Porque com o TGV, estou mesmo a ver os madrilenos virem para a praia do..........Poceirão ou a maioria dos portugueses a ir jantar ou tomar o pequeno almoço a Madrid. Não conseguimos arrumar a nossa casa, mas lá vamos todos contentes......cantando e rindo.....e batendo palmas......e deitando foguetes.......e apanhando as canas. Nós somos mesmo assim........pacíficos.

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