sábado, 28 de agosto de 2010

HISTÓRIA QUE A HISTÓRIA VAI PERDENDO

Depois da Restauração de 1640, reconquistaram os portugueses o Brasil e as possessões da África ocidental que tinham perdido durante o período de 60 anos de usurpação filipina. No oriente , porém, continuava a luta com os holandeses, que ainda desencadeavam ali uma guerra marítima contra os portugueses, ao mesmo tempo que um seu destacamento desembarcava em Ceilão e marchava sobre Columbo, capital da famosa ilha das pérolas. Bloqueada por mar pelos holandeses, por terra pelos seus aliados indígenas, conseguiu libertar a cidade o mestiço Gaspar Figueira, que com as suas forças bateu os sitiantes, e fez troar a artilharia da fortaleza a anunciar a sua vitória. Outras vitórias parciais de Gaspar Figueira e de Mendes Aranha deram alento aos defensores de Columbo, que iam mantendo a sua tenaz resistência contra o bloqueio. Os holandeses, tendo recebido reforços, e aliados ao rajá Candia, apareceram frente a Columbo, cidade já fechada por António de Sousa Coutinho, seu novo capitão-general. começou então a defesa de Columbo, acção notável que regista a historia da época, pelo esforço persistente, pela resistência acima das forças humanas, pela abnegação, de que deram prova os portugueses seus defensores. Ao cabo de seis meses de cerco, foi içada a bandeira branca na fortaleza, quando o estado dos seus heróicos defensores já era caótico, forçando Sousa Coutinho a propor a capitulação, que era inevitável. Negociada esta, foram concedidas aos portugueses todas as honras, saindo Coutinho e os seus homens, com todas as suas armas e bandeiras desfraldadas. Reza a história que eram só 193 os homens de Coutinho, os bravos soldados portugueses, incluindo os oficiais, saíram da fortaleza com grande mágoa, mas com honra , levando à frente um Coutinho de cabeça levantada, que comandara aquela abnegada resistência. Vexados, ficaram os holandeses, ao verem que afinal tinham concedido tantas honras a tão poucos inimigos, a esse punhado de maltrapilhos. A vingança, o vexame fez com os portugueses fossem assaltados a caminho dos navios onde iam embarcar, espoliando-os das armas e do dinheiro que alguns deles levavam. A honra com que essas duas escassas centenas de portugueses, com grande abnegação, tinham defendido até á ultima gota, correspondia tristemente a desonra com que os vencedores, procediam desrespeitando o valor dos adversários vencidos. ( in tradição histórica de Portugal -Gen. Ferreira Martins). Episódios históricos que vale a pena ir recordando, lembrando que fomos um povo que deu novos mundos ao Mundo. Que tem uma história, que muitos povos se orgulhariam de poder ter. Cada vez que encontro um episódio destes......faz-me sentir orgulho em ser Português, ter nascido neste país, saber que o meu país tem histórias de que nos deveríamos orgulhar e fazer esquecer, de quando em vez o Portugal e o governo que temos hoje. Bendito país que tens histórias para contar e que devemos não esquecer.

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