sexta-feira, 5 de novembro de 2010

HISTÓRIA QUE A HISTÓRIA VAI PERDENDO

Em Junho de 1665 travava-se no Alentejo, a batalha de Montes Claros, a última acção militar importante da Guerra da Restauração, aquela que fez perder a Filipe IV de Espanha « a esperança derradeira do seu derrancado coração » - como escreveu Canovas del Castillo - e esperança de recuperar Portugal. bem traduziu o rei espanhol a sua desilusão, quando ao receber a notícia da formidável derrota sofrida pelas suas tropas sob o comando do marquês de Caracena, caiu examine exclamando : « Seja feita a vontade de Deus ». nessa renhida batalha, em que os espanhóis procuravam valer-se da superioridade numérica da sua cavalaria, repelida pelos nossos, preparava um novo ataque, apoiado pela sua infantaria, tratou-se do nosso lado, de tornar mais compacta a primeira linha, no flanco direito, cobrindo-se os intervalos com terços que para ali avançaram e ficaram apoiados por fortes esquadrões. D. Luís de Menezes e o conde de S. João correram aos terços da vanguarda, louvando-os e incitando-os, ao que responderam  « que antes morreriam feitos em pedaços, que perder um palmo de terreno em que estavam ». de facto a cavalaria inimiga não conseguiu, sequer, no seu novo ataque, romper a primeira linha, no flanco português assim valorosamente defendido.  Os portugueses mostraram nesta batalha, onde se deram pouquíssimos tiros, e onde, depois da primeira ou segunda descarga, se recorreu à arma branca, que sendo bem conduzidos igualavam todas as outras nações em valor pessoal. (  Tradição Histórica de Portugal - Gen. Ferreira Martins) . Não gostando de guerras, gosto da nossa História, sobretudo de factos que nos fazem sentir orgulhosos da nossa Portugalidade. Gosto dos portugueses que entendem, que erradamente ou não, devem estar disponíveis para defender Portugal, sempre que necessário. Gosto de Portugal e mesmo contra todos os males que sucessivos governos têem feito, sinto orgulho em ser Português, até porque também contribui para que Portugal fosse melhor do que é hoje, embora sem êxito. Não gostando de guerra, de nenhuma guerra, compreendo que se elas não existissem, hoje nem Portugal, nem os portugueses existiriam. Viveríamos num mundo idealista. Utópico. Basta haver duas cabeças para existirem dois pensamentos diferentes.

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