Em 21 de Novembro de 2009, abria um post, onde citava Gil Teixeira (em A Morte dos Patrões ), que dizia assim " Antes do 25 de Abril a lei do trabalho assentava no poder absoluto do Patrão, que admitia e despedia, conforme as necessidades da Empresa ou os seus caprichos ". Posteriormente escrevi outro em 26 de Fevereiro de 2010 com o titulo " MENTIRAS ?" , sobre uma reunião, a pedido da administração da Empresa com os seus 100 trabalhadores, onde foi dito pelo Presidente do Conselho de Administração, que haveria aumentos de vencimentos em Janeiro de 2010, para não ser como em anos anteriores, etc., etc, etc....o post explica. Tudo isto vem a propósito de em Dezembro de 2009, a dita Empresa ser obrigada a dar formação aos seus trabalhadores, formação essa que deveria ser ministrada durante o período laboral, tendo a formação a duração de 50 horas.
Depois deste discurso, é proposto aos trabalhadores cooperação com a Empresa. Como tinha havido uns anos maus, em termos de trabalho e os aumentos durante os quatro anos anteriores não terem existido e o ano de 2009 ter sido um ano de recuperação com o esforço de todos.........mais umas quantas palavras bonitas, que os trabalhadores se foram sensibilizando, desculpando as más aplicações financeiras, as aplicações em proveito próprio, enfim, tudo isso estava a ser ultrapassado, até a proposta de cooperação com a Empresa, que era a formação ser dada em 3 horas diárias, só que em vez de ser durante o período laboral, a empresa cedia 1,5 horas e os trabalhadores o restante tempo, 1,5 horas pós laboral. Tudo isto foi aceite pelos trabalhadores e desculpado à administração todos os erros e até a prepotência com que os trabalhadores eram tratados, mesmo sabendo que uns anos antes o Patrão tinha pertencido ao MDPCDE e mais tarde ao PC , hoje não sendo nem uma coisa nem outra, dizendo-se PS, vivendo como CDS, porque não há nada mais à direita. Claro que nada disto tinha importância, se a entidade patronal cumprisse com o prometido e não tivesse Mentido, com todas as letras. Quando precisou dos trabalhadores deu-lhes palmadinhas nas costas, pediu-lhes 1,5 horas do seu descanso, que os trabalhadores deram e estando nós em Junho......aumento ZERO. Mesmo sabendo, que grande parte dos trabalhadores ganha o vencimento mínimo, outros perto dele, mesmo sabendo que o governo já pôs em prática o acréscimo de 1% de IRS, aumento ZERO. Claro que a explicação é que se o governo até reformas vai congelar, os ordenados do funcionalismo não está congelado, mas vai ser um aumento abaixo da inflação, porque é que ele também não se poderá queixar ? Sendo empresa privada, a crise toca a todos e ele no fundo só ganha uns míseros 6.500€ mensais, enquanto o pessoal que não tem que pensar, está muito bem pago com 750€. Pessoal que trabalha, alguns deles há 30 anos para o mesmo Patrão, que nem gostava de ser tratado assim nem gostava de chamar empregados aos trabalhadores.....chamava colaboradores, dizia ele que empregados lhe fazia lembrar os tempos do antes 25 de Abril. O Mundo realmente dá muitas voltas !
As entidades empregadoras têm alguns deveres para com os seus trabalhadores e usufruem da mesma forma de alguns direitos a partir do momento em que o contrato entra em vigor. É um dever da entidade patronal, por exemplo, garantir um numero mínimo de horas de formação anuais a cada trabalhador seja em acções a desenvolver na empresa, seja através da concessão de tempo para o desenvolvimento da acção de formação por iniciativa do trabalhador. Também, só a título de exemplo, greve um direito dos trabalhadores. Sendo greve, a cessação colectiva e voluntária do trabalho, realizadas por trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos dos trabalhadores, ou para evitar perda de benefícios.
No conceito de Marx, salário é o preço pago pelo capitalista ao empregado pela venda dos seus serviços, por um período determinado (isto é só uma curiosidade, por ter dito acima que o patrão desta empresa tinha sido militante do MDPCDE e posteriormente do PC). Nem sequer vou consultar o Cod. do Trabalho, para chegar a conclusão que foram perdidos direitos...........e outras coisas mais. Só mais uma curiosidade : Qualquer destes trabalhadores há dez anos atrás, tinha mais poder de compra. Os aumentos entre o ordenado de há 10 anos e o ordenado que usufruem agora é de 20% no geral, isto é, se há 10 anos um trabalhador ganhava 100, hoje ganha 120. Por aqui me fico. Pode ser que outro dia ou ano qualquer volte ao mesmo tema se ainda cá estiver.
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