Descobri num jornal de 1975, um artigo de António Cabral que dizia assim: "Já lá vão quinze anos quando este nosso jornal levantou o alerta para a facilidade com que se mudavam os nomes das nossas terras e esse brado de alerta , bem me lembro, foi dado pelo Dr. Travassos Dias, especialmente ao baptismo de terras com um Santa. Pois queriam todas as ilhas do Arquipélago do Bazaruto.......santificadas." Isto era o título da noticia que seguia assim: " Até 1940 não houve grandes alterações, mas a partir daquela data as mudanças foram constantes, umas atrás das outras........ " . Cito só algumas que não pegaram, que apesar de terem mudado de nome, todas as pessoas as chamavam da mesma forma, pelo nome que sempre tiveram, Xai-Xai (João Belo), Guijá (Trigo de Morais), Angoche (António Enes - além de não haver justificação para mudar qualquer nome, este então era ridículo, pois havia um navio português que se chamava Angoche, que desapareceu algures nos mares de Moçambique, foi mais tarde encontrado, à deriva , sem tripulação ), Gurué (Vila Junqueiro), Cuamba (Nova Freixo) Lichinga (Vila Cabral), Pemba (Porto Amélia). Parece-me ser mania portuguesa, mudar o nome a tudo. Mesmo em Portugal temos situações dessas. Aqui cito só um exemplo: tudo o que tinha o nome da Salazar, passou a 25 de Abril. Quer queiramos, quer não, quer gostemos, quer não, durante um determinado período da nossa História, Salazar foi Primeiro Ministro. Bem ou mal, governou-nos, não se pode passar uma borracha por cima, como se não tivesse existido. Isto só para dizer, que nós, portugueses, temos a mania de mudar tudo, mesmo que a seguir venham outros e voltem a mudar. Mas, por mais incrível que pareça, não somos um País de mudanças! Porque se assim fosse, não tínhamos feito com que o PM actual fosse reeleito. É verdade que não tem maioria absoluta........mas não me parece assim tão importante! Com maioria relativa, chega para mudar o que pretendem, mesmo a contra gosto do povo.
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