terça-feira, 9 de março de 2010

150 ANOS?

Li num jornal diário uma entrevista com um assassino, sem escrúpulos e aprendi umas coisas! Por exemplo: escrever um livro pode garantir a saída da cadeia e fazer uma vida razoável. Isto a propósito da entrevista de Militão Guerreiro onde ele diz que "Não sou como alguns dos criminosos que conheço, que vivem do crime". Ele ia viver de quê se não fosse apanhado? "Naquela altura o meu comportamento era típico de um desequilibrado social, que faria quase tudo para obter os seus objectivos, sem sequer pensar se esses eram os mais correctos". Isto é dito quase nove anos depois de ter sido preso. Se bem me lembro na altura dos assassínios ele sempre negou, até ser confrontado com os cúmplices. "Porém no meu modo de pensar e funcionando, talvez, como um mecanismo de defesa, costumo culpar todos os seres humanos pelo que fiz........" Claro que eu e outros tantos milhões de pessoas que não o conhecemos de parte nenhuma, só ouvimos falar dele quando o apanharam, é que somos os culpados do seu comportamento! "Se realmente eu estivesse com todas as minhas faculdades mentais em uso, jamais teria cometido tal crime ou outros." Quando são apanhados não é o que todos dizem? À pergunta do jornalista que se pensava passar o resto da vida dele a cuidar de gado, responde "Era esse o meu pensamento irracional. Era pensamento irracional, porque nunca pensou fazer nada na vida, ou porque foi apanhado? Em relação à pena de 150 anos ser ou não justa, diz com convicção "Nunca, assim como não acho nenhuma pena justa. A vítima é sempre a vítima, mas o criminoso é algoz e vítima". Por ter sido o mandante do assassínio de seis pessoas? "....O meu modo de pensar diz-me que devo amar e perdoar incondicionalmente todos os seres humanos, por isso é difícil para mim aceitar a rejeição dos meus familiares, principalmente dos mais próximos". Em que é que ficamos? Perdoar toda a gente menos os familiares mais próximos? Quem pode perdoar uma pessoa assim? Os familiares devem sentir um desgosto tremendo por ter alguém assim na família. Devem querer distância de uma pessoa assim. A frieza que ele mostrou na altura em que foi apanhado, atirando até as culpas para cima dos outros capangas, demonstra, em minha opinião, de quem estamos a falar. Pessoa que perdoa em qualquer circunstância, incondicionalmente, mas que não teve um único pensamento para os familiares das vitimas. Para aqueles que ficaram sem os entes queridos. Pena sim, do filho que ele deixa, que quando tiver entendimento suficiente e lhe contarem quem o pai era............. se entretanto não sair da cadeia por amnistia ou fuga e não transformar o filho naquilo que ele foi.

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