Descobri, entre um montão de papeis, uma revista de 1989, chamada "Semana". Nem de propósito uma das notícias, começa assim: " Para ela, a prostituição não foi uma opção, mas sim um último recurso. Prostituir-se não foi a sua opção, mas sim o último recurso numa sociedade que parece empenhada em fomentar o desemprego, as injustiças sociais, a miséria, onde a luta pela sobrevivência é cada vez mais cruel." De certo modo 20 anos depois, parece que ainda não saímos daqui. Mais para a frente dizia a mesma revista: "Tem 22 anos é estudante universitária. Ousa dizer-nos - O primeiro homem com quem fui para a cama era um amigo do meu pai. Quando acabámos, ele deu-me uma nota de cinco contos. Eu tinha 16 anos. Foi o dinheiro que menos me custou a ganhar. Aí tomei a opção de continuar a estudar, mantendo-me com a mesada que os meus pais me dão, e a prostituir-me nos tempos livres, por forma a ter o meu pé de meia e a poder ter tudo quanto ambiciono e não conseguiria de outra forma- Aqui está um caso em que a prostituição foi uma opção meramente material."
O título deste comentário também poderia ser : "Dá Deus nozes a quem não tem dentes" . Uma foi quase obrigada a entrar para este mundo, não tendo emprego, não tendo pais que a pudessem sustentar ou dar-lhe uma educação ou até posses para a pôr a estudar, a mãe tinha morrido ao dar á luz, o pai não quis saber dela. Outra, menina que tendo boa educação, estudante universitária, logo, filha de pais que deviam e podiam, dar educação, um nível de vida, que a outra moça gostaria certamente de ter tido. Uma engravidou e teve uma filha, sem emprego e iletrada, continuou na mais velha profissão do mundo, nos caminhos da perdição, para poder sustentar a sua filha. A outra continuou a fazer a mesma vida por opção, para, como ele própria dizia na altura, garantir o futuro. claro que isto são dois exemplos, dos mais opostos que há. Mas são dois exemplos que poderão acontecer, 20 anos depois, desta reportagem ter sido feita. Com tanto desemprego, cada vez mais, poderão existir mais moças como a primeira deste texto. Como a segunda moça.................ainda as há hoje.
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