Num noticiário que ouvi hoje, dizia o jornalista, que as empresas portuguesas deviam aos seus trabalhadores, 15 milhões de euros! Acredito na informação. Só acontece as empresas deverem tanto aos trabalhadores por dois motivos. Um: sem trabalhar não se vive. Dois: porque o Estado quer! Se o Estado que temos, diria melhor, se o Governo que temos quisesse acabar com este estado de coisas, bastava fiscalizar as empresas devedoras. Bastava ver a vida que esses empresários fazem. Bastava olhar para os trabalhadores da mesma forma que olha quando precisam de votos! Neste país com Simplex, e outras coisas terminadas em EX, creio que é por isso que vai mal, por causa o excesso de EX. Hoje está na moda o EX, ex-trabalhador, ex-marido, até ex-desempregado e não é por ter arranjado trabalho. Hoje também acidentalmente li o "JUMENTO" que a certa altura reza assim. "Esta gente não imagina o que é viver com o ordenado mínimo, nunca estiveram em terra a esperar o regresso de um pai que está no mar debaixo de um temporal, não sabem quanto humilha estar numa fila de desempregados, não imaginam o que se sofre quando se tem filhos para alimentar, sem ter dinheiro, não sabem o que é mandar um filho para a escola sem pequeno almoço. Não sabem, não imaginam, nem querem saber." Mais adiante diz "Queixam-se da crise mas ganham com ela, propõem sacrifícios para os outros, mas multiplicam a sua riqueza". Isto é verdade. Até concordo com o que está escrito, se bem que o contexto, não fosse este. Na realidade é o que se passa. Anda um trabalhador a descontar para o Fundo de Desemprego, há alguns anos atrás - porque me vão dizer que os trabalhadores não descontam para o fundo de desemprego, mas sim para a Segurança Social - durante 25 ou 30 anos e no máximo ao fim de três anos de subsidio de desemprego, mais um ano de subsidio de reinserção (penso que é assim que se chama), perderem todo o direito a receber o que quer que seja e a passar a alimentar-se na sopa dos pobres, onde Existir. Um Governo que promete empregos e cada vez há mais desempregados. Um Governo que permite que empresários sem escrúpulos o engane e que outros, que até são sérios, tenham os seus impostos em dia, sejam, não digo perseguidos, mas mais vigiados, com mais frequência, alguns até são obrigados a fechar o seu estabelecimento. O Governo protege quem? Deveria proteger, aqueles que se esforçam por pagar no final de cada mês o salário dos trabalhadores. Ainda há empresários assim, cada vez menos, mas ainda há. O texto já vai longo e já disse coisas a mais, já me perdi no texto, mas isto são situações que me revoltam. Aqueles que têm o descaramento de dizer que vão arranjar empregos, as pessoas pensam que para além dos já existentes o governo vai criar mais, a contar até com os saídos das Universidades. Depois o número de desempregados supera o número anunciado de empregos a criar e vêm logo dizer que entendemos mal, que não foi aquilo que disseram, os empregos estão a ser criados, mas nunca disseram que não haveria despedimentos, empresas a fechar. Não! Só disseram que iam criar uns não sei quantos mil empregos! Precisam de votos......palmadinhas nas costas, uns palavras bonitas. Ganham as eleições, passam um atestado de pobreza. Há um amigo meu que diz "Empurrado sim, mas devagarinho, para não fazer doer". A frase não é bem esta, mas o sentido é. Até parece que gostamos de ser enganados! Ou então temos os enganadores que merecemos!!
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